ARIANO SUASSUNA A ARTE E O BRILHANTISMO DO GRANDE ESCRITOR

Por Maria de Sousa


"Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa" 
Ariano Suassuna.


“Não existe arte nova ou velha, só boa ou ruim” 
Ariano Suassuna.



Ariano Vilar Suassuna, mais conhecido como Ariano Suassuna, nasceu no dia 16 de junho de 1927, na cidade de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, estado da Paraíba. Foi poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. Em 1989, foi eleito para a cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi eleito para a cadeira nº 18 da Academia Pernambucana de Letras e em 2000, ocupou a cadeira nº 35 da Academia Paraibana de Letras.

Iniciou seu contato com a cultura regional, ao assistir uma apresentação de mamulengos ("divertimento popular, que consiste em representações dramáticas por meio de bonecos") e um desafio de viola. No ano de 1938, sua família mudou-se para Recife, onde Ariano continuou seus estudos, e, em 1946 ingressou na Faculdade de Direito, época em que criou o Teatro do Estudante de Pernambuco.

Ele escreveu sua primeira peça teatral em 1947: "Uma Mulher Vestida de Sol". No ano seguinte escreveu "Cantam as Harpas de Sião".

Ao concluir o curso de Direito em 1950, dedicou-se à advocacia e ao teatro, simultaneamente. Sua obra-prima, a peça O Auto da Compadecida, que conta as aventuras e desventuras da simpática dupla de anti-heróis João Grilo e Chicó, foi publicada em 1955.

Através de sua arte, demonstrou possuir um profundo conhecimento sobre o folclore e a cultura do Nordeste brasileiro. O teatro com força de humor, foi outra característica da obra de Ariano, que o consagrou, trazendo muitos convites para realizar aulas-espetáculos em todo Brasil, o que faz com maestria, tornando sua figura conhecida em todo o Brasil e no exterior.

Sua imaginação e seu conhecimento sobre o folclore nordestino são traços marcantes de sua obra literária. Criou e dirigiu o Movimento Armorial ("foi uma vertente artístico-cultural de valorização das artes populares nordestinas"), em 1970, com o objetivo de valorizar os vários aspectos da cultura do Nordeste brasileiro, como a literatura de cordel (hoje reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro), a música, a dança, o teatro, entre outros, influenciando jovens artistas que passam a incorporar as características do movimento em suas artes.

“O sonho é que leva a gente para a frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado”, dizia Ariano Suassuna.

Entre os músicos que se iniciaram no Movimento e deram continuidade à concepção musical proposta pelo Armorial, destacam-se Antônio Carlos Nóbrega e Antúlio Madureira. Danilo Guanais e grupos instrumentais como o Quinteto da Paraíba, o Gesta e o Armorial Marista. Em Recife, outros grupos se formaram, possuindo também uma vertente popular e podendo ser relacionados, direta ou indiretamente, ao Movimento Armorial. Destaque para os famosos: Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda, Mestre Ambrósio e Cordel do Fogo Encantado, entre outros. Movimento musical como o Mangue Beat (Nação Zumbi), pode também, de alguma forma, ser relacionado ao Movimento Armorial. Instrumentos populares como a rabeca, gaita, pífano, viola nordestina, tambor, zabumba, matraca, caixa, ganzá, marimbau (recriado no Movimento) e berincelo (criado a partir do Movimento) foram agregados aos eruditos na busca de uma sonoridade brasileira.


Algumas de suas obras: O Auto da Compadecida, 1955; Romance d'a Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta, 1971 (partes da trilogia); Iniciação à Estética, 1975; A Onça Castanha e a Ilha Brasil, 1976 (Tese de Livre Docência); História d'o Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, 1976 (parte da trilogia); Almanaque Armorial.


Ele foi um brilhante escritor e enriqueceu a literatura brasileira, deixando-nos um rico legado.

Faleceu no Recife, no dia 23 de julho de 2014.

Finalizo, deixando um dos pensamentos desse inesquecível escritor:
"Sou um escritor de poucos livros e poucos leitores. Vivo extraviado em meu tempo por acreditar em valores que a maioria julga ultrapassados. Entre esses, o amor, a honra e a beleza que ilumina caminhos da retidão, da superioridade moral, da elevação, da delicadeza, e não da vulgaridade dos sentimentos" - Ariano Suassuna.


Viva ARIANO SUASSUNA!


A presente biografia é um rearranjo das ótimas biografias existentes de Suassuna. Experimentem: "A morte do vaqueiro", com Quinteto Violado - do álbum "Missa do Vaqueiro", de 1976; "Os cabôco", com Mestre Ambrósio - do álbum "Fuá na Casa de Cabral", de 1998; "Foguete de Reis (ou A guerra)", com Cordel do Fogo Encantado - do álbum homônimo, de 2001; "Ponteio acutilado", com Quinteto Armorial - do álbum "Do Romance ao Galope Nordestino", de 1974 e "Na pancada do ganzá", com Antônio Nóbrega - do álbum homônimo, de 1995.

Referencias:
Ariano Suassuna – Wikipédia, a enciclopédia livre, acesso em 28/12/18; https://www.ebiografia.com/ariano_suassuna/, acesso em 28/12/18; https://www.pensador.com/autor/ariano_suassuna/, acesso em 28/12/18; https://www.todamateria.com.br/movimento-armorial/, acesso em 30/1/18 http://www.mamulengopresepada.com.br/2016/03/05/o-que-e-mamulengo/, acesso em 31/1/18; http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/ariano-suassuna.htm, acesso em 30.1.18; https://www.infoescola.com/escritores/ariano-suassuna/, acesso em 20.8.18.